O
filósofo francês Joseph-Marie Maistre (1753-1821) um ferrenho defensor do
regime monárquico e critico fervoroso da Revolução Francesa, conseguiu
colocar o seu nome na história mundial ao falar a expressão “CADA POVO TEM
O GOVERNO QUE MERECE”. A frase foi registrada em uma carta, datada de
1811, e publicada 40 anos mais tarde. Ao falar, o filósofo quis dizer que
a ignorância popular é a responsável pela escolha dos maus
políticos, aqueles que representam o povo.
Sendo contrário a participação
popular nos processos políticos, Maistre acreditava que todos os desmandos
do governo cabiam como uma punição para àqueles que elegiam os seus
representantes, mas não sabiam usar o seu voto e por esse motivo não
podiam reclamar quando os políticos não agiam de maneira ética. Já se
passaram mais de 200 anos e a expressão dita pelo filósofo francês
permanece atemporal aqui em nosso país.
O
Brasil possui uma “democracia” imatura e educação capenga, por esses motivos, o
eleitor ainda tem o seu voto definido pelo poder econômico e pelas falsas
promessas totalmente descabidas e bajuladoras feitas pelos candidatos
aproveitadores e desinformados nas questões sociais locais e econômicas,
do município que pretende governar. Existe ainda o voto em que o eleitor
se baseia na simpatia do politico, pela crença religiosa e até mesmo pela boa
oratória, tivemos casos em que a população feminina votou no politico mais
bonito. Mas na maioria das vezes o voto é trocado pelo assistencialismo. É
muito raro você encontrar um eleitor que tenha o cuidado de analisar o
passado, as relações interpessoais e o plano de governo fundamentado do
candidato. O País que causou admiração no vocalista da banda de rock irlandesa
U2, Bono Vox, pela criação da Lei da Ficha Limpa, não possui uma lei que
venha a punir o político que, acometido do esquecimento conveniente, deixa
de cumprir promessas e compromissos firmados com o eleitor.
Ganha
as eleições o candidato que tem uma boa oratória e consegue falar o que o povo
quer ouvir e não o que precisa ouvir. Na campanha para prefeito, os
servidores públicos e o povo em geral tiveram as suas esperanças revividas
em relação aos salários, melhores escolas, a saúde funcionando de maneira
a atender toda a população e outras promessas que daria uma nova
vitalidade ao município e o tiraria da decadência em que se encontrava. Era
muito bom ouvir as promessas ditas pelo candidato, tendo em vista que o
município necessitava de um governo forte e conhecedor das necessidades
básicas da comunidade e que estivesse disposto a trabalhar pelo
desenvolvimento da cidade. Mas é nesse jogo de promessas que reside o
perigo. Nem sempre o que se diz conhecedor das necessidades de uma
população, tem conhecimento da real situação econômica em que atravessa o
município. E surge então o perigo de estelionato eleitoral que, se
tipificado em lei, provavelmente o veredicto seria tão somente culposo. Ou
seja, o prefeito eleito pelo povo poderia estar investido de boa vontade
para fazer tudo o que foi prometido na campanha, mas ao colocar a “coroa e o
cetro” deparou-se com uma triste realidade, onde encontra uma “herança
maldita” e descobre que querer nunca foi sinônimo de poder.